15/12/2010

criatividade natalícia

Acredito que chegamos á época do ano que reflecte muito o que vai na nossa alma. Tudo faz sentido, quando estamos bem, ou pelo contrário, se estamos com algum problema, parece que cresce á medida que aproximamos do Natal e Fim-de-Ano. Sentimentos renovados de esperança, fraternidade, carinho,...são os elementos do contexto das nossas mensagens.Impera ou domina o espírito criativo para a escolha da forma ou presente para demonstrar o nosso afecto pelos nossos entes queridos.
Este processo/espírito criativo será mais exigente devido ás circunstâncias sócio-económicos actuais que nós todos conhecemos.Ironicamente, não deve ser um grande problema para quem a põe em prática na música: a criatividade é a responsável principal para quem quer se afirmar nesta arte. O “sentir” do problema ou do desafio é o primeiro passo pra confrontar a criatividade, juntando a ela muitas vezes ao conhecimento teórico, praticando e estudando, sendo a forte arma de combate para ultrapassar uma realidade que é nos apresentada. A “queda pra música” será só somente um início para coexistir com o potencial criativo que tem de ser desenvolvido a fim despertar a paixão artística, para que esta seja oferecida, partilhada, agradecida, e sobretudo garantia de aplausos de todos nós.
A criação renovação, inovação, só é possível com “1% de inspiração e 99% de transpiração” é o que muitos dizem.
Bom Natal e um Ano de 2011 cheio de criatividade.

15/11/2010

OJM.pt



Matosinhos, cidade conhecida pela sua incontornável gastronomia, refinarias, imensa costa e indústria marítima, terra de mestres de obras como Siza Vieira e Souto Moura.
Por vezes abafada pelo pólo cultural da sua invicta vizinha, emerge um corpo musical que enalteço e sugiro a ouvir: Orquestra de Jazz de Matosinhos (OJM). Somente criada a uma década, é uma das mais dinâmicas formações do jazz português, que além de ter o seu repertório, privilegia a organização de projectos específicos tais como:convidar solistas, maestros, e compositores de realce international, culminando em digressões e edições discográficas fora do país.
O álbum Kurt Rosenwinkel and OJM “our secret world”, editado no fim do passado mês é a amostra ideal para dar a conhecer a progressão e o nível que esta formação chegou, ultrapassando por uma margem significativa a sua apresentação na 2ª edição do Funchal Jazz em Julho de 2001.Destaco o solista convidado, músico que dificilmente conseguimos aplicar todos os adjectivos, dado o seu génio musical, actualmente o guitarrista americano mais influente pós-Metheny. Com orquestrações a cargo de Pedro Guedes e Carlos Azevedo (“arquitectos” da OJM), destaco a colaboração do conceituado Ohad Talmor, que já visitou a nossa região com vários projectos, um dos quais com uma lenda viva, Steve Swallow. O trabalho musical é totalmente preenchido por originais de Rosenwinkel, distribuidos anteriormente na sua palete de discos, que aqui levam uma roupagem e um aclopamento de 20 músicos de maioria jovens e portugueses.
Justifico com os elementos que apresentei anteriormente que será o disco neste género musical e não só, que mais marcou este ano em Portugal, pela sua qualidade orquestral e interpretação musical , certamente fruto de um projecto artístico público proveitoso e consistente, ultrapassando fronteiras , cumprindo uma função verdadeira de orquestra “nacional” de jazz.
Nota: com a época natalícia a surgir a passos largos, penso que vou ainda a tempo de incluir este CD na lista de compras do vosso cabaz...

17/10/2010

concerto municipal

Desde o começo de 2007, uma formação filarmónica a leste da ilha desenvolve um trabalho musical sublime marcando presença em palcos e eventos, até então “vedados” a este tipo de colectividade e muito reconhecido pelo diferente público e entidades que têm acompanhado o percurso da Banda Municipal de Machico.
A reformulação do seu repertório,incorporando com outro género de grupos musicais, com o objectivo de trazer ao de cima o potencial que este tipo formações tem em seu poder, estará na base do seu sucesso?
Certamente, mas junto a mestria da directoria artística/administrativa com muita competência de: rigor,inovação,criatividade,empenho,e consciência/ensinamento musical. Cerca de uma centena de jovens dentro desta estrutura cultural municipal é dirigida , não só , no sentido de ter uma prática musical comum no seu quotidiano, mas desafiada a ultrapassar para componente de “dar um concerto” : uma das dimensões mais exigentes para um músico. O “sentir na pele” do concerto eleva a instrução musical e cultural para outros patamares dos ditos jovens, resultando numa mais valia para o trato musical nos seus futuros.
Perante isto, espero que esta colectividade cultural não entre injustamente em territórios periféricos de financiamento público precário, pois o investimento feito no passado está visível e bem audível.

Concertos:“Mundo dos Sopros”;”MoxNix Jazz Group/B.M.M.”;”Festival Raízes do Atlantico:Xarabanda/B.M.M.”;”Ultimatum:Centenário da República”;